Há sete meses, o Amaral me recomendou a usar o Ubuntu, ele detesta o Windows porque trava demais. O Amaral tem razão, o Windows trava mesmo, e você perde um tempão para tentar reinicializar o Windows. Como eu convivo com o Windows desde a edição 3.1, eu já estou mais do que acostumado com essa rotina, mas a Microsoft melhorou muito com a edição 7. Ao invés de você reinicializar o sistema, agora o Windows oferece o recurso de reinicializar o Microsoft Access, quando ele trava. Ou seja, você não precisa mais reinicializar todo o sistema, e com isso a minha produtividade não cai tanto quanto era no passado.
O Amaral tem razão, quando afirma que o Ubuntu não trava. Isso é fácil de explicar: é porque simplesmente ele não tem Microsoft Access. Se você tirar o Access do Windows, certamente o sistema da Microsoft ficará tão estável quanto o Ubuntu. Mas eu fiquei impressionado com o volume de textos que falam sobre o Ubuntu na Internet, o problema é você se familiarizar com o novo dialeto. Aqui mesmo nesse fórum, encontrei o seguinte:
http://ubuntuforum-br.org/index.php/topic,16939.msg91692.html#msg91692, onde o rapaz orienta a instalar o mdbtools, mdbviewer e o kexi.
Apesar de eu ter apanhado muito com o Ubuntu, eu aprendi a gostar dele e também aprendi a gostar dos administradores desse fórum que várias vezes me convidaram a participar do setor de quarentena, onde fui obrigado a ler as regras do forum várias e várias vezes. É chato, mas os administradores estão fazendo a coisa certa. No caso da dica acima, eu fazia assim:
$ sudo apt-get install mdbtools mdbviewer kexi no famoso terminal do Ubuntu, naquela época o 9.10. E naquela época o 9.10 reclamava que não dava para instalar o mdbviewer kexi, e eu reclamei nesse fórum que o Ubuntu não funcionava, e os administradores reclamavam, em nome de Deus, o que exatamente não funcionava. Depois de muito tempo lá na quarentena é que fui aprendendo a publicar melhor as minhas dúvidas aqui nesse fórum, ao invés de escrever "o Ubuntu não presta", o certo era eu ter escrito "como usar o mdbtools?"
Sete meses depois, instalei aqui no Ubuntu o MySQL, o Apache e o PHP. Eles são aplicativos invisíveis, totalmente diferente do Microsoft Access do Windows. Ele é um corredor frio, escuro e solitário. Muita coisa no Ubuntu é formidável, mas quando você entra no labirinto do terminal, só tem você e o cursor piscando, piscando e piscando. No caso do mdbtools, o Ubuntu 10.04 disse para mim que conseguiu instalar, já o tal do mdbviewer e kexi ele não conseguiu encontrar. Sete meses depois, já posso presumir que configurei errado o Ubuntu, eu não defini o repositório de maneira adequada ou coisa parecida.
Só hoje é que tive a brilhante ideia de digitar mdbtools no terminal do Ubuntu, e o Ubuntu me respondeu assim: "frankamente, eu não sei o que você quer fazer!"
É nessa hora que você precisa de um santo forte e não partir para a ignorância. Assim, eu tentei ouvir a voz de Santa Tereza de Ávila, e ela me disse assim:
"Frank, tem hora que vale a pena ser ateu. Se o Ubuntu diz que instalou o mdbtools, mas você não acredita nele, o melhor é procurar não na frente da árvore, mas lá atrás".
Graças a essa dica, eu abri o Synaptic e perguntei para ele, na caixa de busca, se o Ubuntu realmente instalou o mdbtools. O Synaptic disse que sim, o Ubuntu não faltou com a verdade, mas logo acima, o Synaptic também mostrou que o Ubuntu colocou no repositório o mdbtools-gmdb (é o visualizador do arquivo do Microsoft Access). Pedi para instalá-lo, e o Ubuntu finalmente colocou um lançador no Menu Aplicativos > Escritório com o nome de MDB Viewer, e de lá consigo visualizar não só as tabelas, mas também o que tem dentro delas. O MDB Viewer não tem o mesmo poder do Nautilus, o de espionar a pasta do Windows, assim você precisa trazer uma cópia do arquivo .mdb para dentro do sistema de arquivos do Ubuntu para o MDB Viewer poder trabalhar.
Enfim, o Ubuntu é muito bom. O único defeito é que ele não advinha o que você quer. No meu caso, foi a Santa Tereza que ajudou a não esticar a minha dolorosa peregrinação que já estava indo para o oitavo mês.