Em um primeiro momento, "A Lenda de Beowulf" impressiona como feito tecnológico. A produção demonstra um avanço notável na recente técnica da captura de desempenho --em que os atores são "cravejados" por centenas de pontos eletrônicos que captam suas expressões e movimentos para criar complexos avatares.
Também leva o 3D a seu grau máximo de sofisticação até aqui (em São Paulo, isso poderá ser comprovado na sala 9 do Cinemark Eldorado). Em seguida, o filme surpreende por seu conteúdo adulto, muitas vezes sexual e deliberadamente vulgar --raro de ser encontrado em animações feitas em Hollywood.
Dirigido por Robert Zemeckis (de "Expresso Polar"), o filme é uma fábula sobre a cobiça baseada em um antigo poema épico. Depois de matar um monstrengo que aterroriza um reino, o guerreiro Beowulf (Ray Winstone) tem de acertar contas com a sedutora e maquiavélica mãe da criatura (Angelina Jolie).
Mas não se deve esperar grande profundidade da animação. O filme será lembrado como uma produção que apontou um novo caminho tecnológico para o cinema. Mas fica a dúvida: até que ponto esse caminho é necessário ou desejável?
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u349910.shtml