A partir do primeiro timestre de 2009, a Corporação para Atribuição de Nomes e Números da Internet, entidade sem fins lucrativos vinculada ao Departamento do Comércio norte-americano, promoverá uma pequena revolução na sua área. Segundo o presidente da entidade, Paul Twomey, o principal objetivo da mudança é "liberalizar as extensões genéricas dos endereços da Internet". Desse modo, será permitido a qualquer um criar a sua própria extensão genérica de endereço, como .paris ou .amor, contanto que obedecidas as seguintes restrições:
1) O nome das extesões escolhidas não poderão violar o direito das marcas. Assim, não será permitida uma extensão como .apple, salvo se utilizada pela própria detentora da marca Apple;
2) Nenhum nome poderá ser muito próximo de um já existente, como .kom ou .comm;
3) Não se poderá usurpar o nome de uma comunidade qualquer, de existência notória. O própria Paul Twomey cita um exemplo: uma comunidade budista da Tailândia, amplamente reconhecida, não poderá ter seu nome utilizado como extensão;
4) Por fim, não se admitirão extensões ofensivas a moral ou à "ordem pública".
Como se poderia prever, não se trata de uma reforma consensual. Para Loic Damilaville, diretor-geral adjunto da l'Afnic, órgão responsável pela administração dos endereços .fr, « L'Icann travaille depuis plusieurs mois à la création de nouvelles extensions. On peut se demander pourquoi créer de nouveaux noms de domaine alors que la demande n'est pas forcément là. En revanche, l'organisme va pouvoir en retirer beaucoup d'argent » ( "O Icann trabalha desde há alguns meses na criação de novas extensões. Se pode perguntar por que criar novas extensos de domínio quando a demanda não reside exatamente aí. Em contrapartida, o organismo poderá retirar bastante dinheiro dessa mudança").
Stephan Ramoin, executivo-chefe da Gandi, sociedade especializada na gestão e venda de nomes de domínio na Internet estima que «Les futurs noms de domaine sont un progrès pour faire d'Internet un outil mondial personnalisé.» ("Os futuros nomes de domínio são um progresso no sentido de fazer da Internet um utilitário mundial personalizado). No entanto, como ele mesmo adverte «il faut rester vigilant pour que cela ne devienne pas le Far West. Il serait dommage que les personnes disposant de plus d'argent soient celles qui aient raison. » (É preciso ficar vigilante para que isto não se torne um faroeste. Será muito danoso se as pessoas que têm mais dinheiro sejam aquelas que têm razão").
Uma advertência bastante oportuna quando a própria Icann admite um forte acréscimo de receitas com a mudança, enquanto que muitos tem previsto uma verdadeira "pagaille" (bagunça) produzida pela chegada massiva de novos domínios e uma corrida desesperada das sociedades comerciais para o registro de suas marcas como domínio virtual.
Este texto resume duas matérias publicadas pelo jornal
Les Échos, disponíveis na sua página na Internet:
http://www.lesechos.fr/info/comm/4744030.htm?xtor=RSS-2059http://www.lesechos.fr/info/comm/4744025.htm?xtor=RSS-2059Felizmente o domínio da BBC Brasil também já deu a mesma notícia, em Português:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/06/080623_internetdominioproposta_np.shtml
Tópico: Novas regras para nomes de páginas da Internet (Lida 1389 vezes)