Fiquei um bom tempo testando vários players no meu Ubuntu. Mais de um ano pra tirar algumas conclusões.
Durante este tempo rondaram no meu notebook Amarok, Songbird, Banshee, Listen, Rhythmbox e Exaile. Por anos o Amarok reinou absoluto no meu Linux, desde seus primórdios antes da versão 1.0, com muitos comandos ./configure e make... hehe. Mas como utilizo o ambiente padrão Gnome do Ubuntu, tentei manter o máximo de aplicações em GTK. Antes de qualquer coisa, o motivo não é por ser contra ao QT e KDE. A minha intenção era reduzir o uso de memória e tempo para abrir aplicativos, já que abrir o Amarok carrega muita coisa que não é carregada no Gnome. Abrir o Amarok no KDE é em um piscar de olhos. Porém no Gnome e história é outra. Não ligo muito pra isso, mas queria conhecer coisas novas em GTK e ver alternativas reais e usáveis.
Depois de muito teste tirei as seguintes conclusões (opiniões minhas):
- Songbird: apesar de ser super tentador, com ótimos recursos e ter infinitas possibilidades de personalização jamais vistas em um player, onde você monta o seu player a "la Firefox", esquece do principal: é um player de música. Achei o gerenciamento de biblioteca muito fraco. Não tem como marcar música para ser tocada como próxima, parar de tocar após tal faixa, por padrão não vem com OSD, teclas de atalhos para teclados multimídia, a biblioteca é um pouco confusa... Obviamente a história muda após algumas extensões e até vídeos da banda no Youtube são encontrados. Mas o principal que é tocar música ainda fica de lado... Mas o passarinho ainda tem muito alpiste pra comer e vai ser uma força no futuro. Podem anotar isso aí...
- Listen: infelizmente o que tinha pra ser a melhor alternativa GTK, tropeçou em um problema sério: falta de atualização. O programa vinha avançando em passos largos e trazendo recursos ótimos em todos os aspectos. Mas parece que os criadores não estão tendo muito tempo para atualizar e trazer ao público coisas novas... É uma pena...
- Exaile: imagina a situação: você está na final de uma copa do mundo, precisando marcar um gol aos 48 min do segundo tempo pra vencer o jogo. Usando um esquema tático muito bom e com jogadores tão bons quanto seu time adversário, você avança muito rapidamente em um ataque que parece ser fuminante e na cara do gol, com o goleiro no chão você chuta pra cima de maneira sem explicação... Isso é o que acontece com o Exaile que tenta se espelhar no Amarok, porém em GTK. Ele vai super bem, mas na hora de decidir, na hora do vamos ver, aparece uma coisa e... Precisa falar? Uma recurso que faltou aqui, ali... Um suporte descente a USB Mass Storage... Um número maior de plugins... E o principal: uma estabilidade melhor. Por diversas vezes o Exaile travou buscando capa do álbum na internet, mesmo com a opção para esta operação desativada, provocando uma demora de mais de 10 segs para a música iniciar, mesmo após já ter baixado a imagem e já estar na metade do álbum... Mas acho que isso será corrigido em breve. Tomara!
- Banshee: alguns torcem os narizes por correr Mono nas veias do Banshee. Eu não ligo pra isso. Quero simplesmente usar o programa. Agora sou um usuário mesmo hehe. Experimentei o player por algumas horas, mas pessoalmente achei muita fumaça pra pouco fogo. Tem recursos interessantes, mas travou muito comigo, o gerenciamento da biblioteca foi muito fraco, o suporte a vídeo é tosco (abre uma janela separada pra tocar o vídeo)... Não gostei do player e não durou mais de um dia instalado.
- Rhythmbox: sinceramente? Eu odiava esse player. O achava extremamente fraco e podre. Era sempre o primeiro programa a ser removido depois de instalar o Ubuntu. Um belo dia, em um ataque de "deixa eu me castigar um pouco" (hehe), decidi testar e rir um pouco do programa. Mas foi uma surpresa total. O programa evoluiu não foi a partir da água para o vinho, mas sim do esgoto para o vinho. Estabilidade, que era o que mais me dava raiva do programa (fechava sozinho do nada), foi o que evoluiu horrores. Está funcionando tudo bem aqui sem nenhum travamento. Finalmente posso definir uma capa personalizada para o álbum, caso seja baixada errada da internet, simplesmente arrastando o arquivo de imagem para o player ou até mesmo pesquisando no Google e arrastando a imagem diretamente do navegador sem precisar salvar o arquivo localmente. O suporte a USB Mass Storage é controverso. Precisa ser criado um arquivo texto oculto no dispositivo para sincronizar as músicas. Funcionou, mas só peca em não avisar quando falta espaço pra copiar as músicas e exibe uma mensagem de erro de disco cheio pra cada música que não pode ser copiada. Isso é grave, mas deve ser corrigido. Os plugins padrões são suficientes. Mas bem que poderia ter um pouco de "frescura" como wikipedia, sobre o artista, etc. Mas é o famoso "tá ruim, mas tá bom" hehe. A lista de reprodução não é muito legal como no amarok, mas funciona bem.
Conclusão: Amarok ainda é disparado o melhor player, mas pra GTK hoje o Rhytmbox cumpre com simplicidade e eficiência o que um player precisa fazer. Traçando uma analogia, o Amarok é a Ferrari dos sonhos, enquanto o Rhytmbox é o novo Gol com alguns opcionais a mais, um bom motor andando bem e, como um todo, agradando o seu dono. Ainda teremos uma Ferrari em GTK, se Deus quiser! hehe