Em resumo o Kubuntu 11.10 é o primo pobre da família Ubuntu! Qual o motivo dessa minha conclusão? Por favor me acompanhe neste relato que nada mais é do que minhas impressões pessoais sobre o Kubuntu em meus dois PCs principais! Evidentemente você pode ter uma impressão diferente!
Descontente com os rumos tomados pelo Gnome 3 e o Unity do Ubuntu, estava a procura de outra distro para tentar substituir o ótimo Linux Mint 11 64bits que venho utilizando em casa e no trabalho. Depois de ter lido sobre o lançamento do KDE 4.7 e suas novidades resolvi fazer uma tentativa com o novo Kubuntu 11.10!
Instalei a versão 64bits em casa e no trabalho. Mal sabia eu da caga#@ que eu ia fazer....
Vamos as partes boas primeiro. O KDE 4.7 está muito rápido em relação as versões anteriores do KDE 4. Realmente agora dá pra sentir que ele está, no popular, “usável”! Mesmo assim ele é guloso nos recursos, pode consumir em média 240MB a mais do que um ambiente com gnome/Unity. E não foi só eu que notei isso, em outras análises espalhadas pela internet você pode ler impressões parecidas. Tanto em casa como no trabalho eles subiam com cerca de 440MB utilizados, depois de ter customizado o sistema ao mesmo gosto!
São muitas, mas muitas mesmo as opções de personalizações do ambiente gráfico. Realmente uma quantidade absurda de sub-menus que para muitos podem parecer um exagero, principalmente para quem gosta de ambiente minimalistas. Para os que gostam de alterar de tudo, nos mínimos detalhes, o KDE 4.7 acabará se tornando sua primeira opção natural, desde que você tenha memória RAM pra isso.
Voltando ao quesito desempenho, ele melhorou tanto que mesmo no Atom D525 do trabalho ele ficou ligeiro depois que apliquei todas as minhas opções de tunagem que estou acostumado a usar! Nota: O Atom D525 possui 4GB de RAM e era normal ele consumir 1.2GB de RAM. Eu gosto de fazer muitas coisas ao mesmo tempo nos meus sistemas.
Entendam que eu o estou comparando as versões anteriores do KDE 4! Mesmo tendo melhorado muito, o KDE 4.7 perde feio em desempenho para um Gnome 2.32 + Openbox, o que dirá de um fluxbox puro! É o preço por se ter um ambiente gráfico carregado por tantas opções, contudo, se a sua máquina – mesmo um modesto Atom – tiver muita RAM, isso não vai fazer tanta diferença.
A equipe do Kubuntu pensou inclusive nisso e criou uma pacote chamado
kubuntu-low-fat-settings, que desliga todos os efeitos gráficos do KDE 4.7, muda o seu tema padrão por outro mais simples e desliga muitos da já extensa lista de serviços que o KDE 4.7 sobe por padrão. É uma baita mão na roda. O mais interessante foi descobrir fazendo testes com vários temas gráficos é que o tema Ar para Netbooks, juntamente com os detalhes do tema também marcado para Ar para netbooks, funciona mais leve do que o tema usado pelo pacote kubuntu-low-fat-settings. Outro “pulo” do gato para deixar o ambiente mais bonito e rápido (pelo menos para mim) é usar os ícones Oxygen do Kubuntu 11.04 e não o Oxygen atual, que por sinal achei feio. Mas galactus, como você fez para usar esses ícones já que eu não os encontro mais! Fácil ué, copiei a pasta de ícones do Kubuntu 11.04 e coloquei no 11.10!
O recurso de pausar as transferências de arquivos do KDE 4 é um dos recursos que mais gosto dele, mesmo que ele acrescente uma carga a mais ao sistema por isso. A montagem e desmontagem de dispositivos está muito rápida também, e se você optar por um kernel tunado como o do Ubuntu Lowlatency, que turbina e muito as irqs dos dispositivos móveis, assim que plugar um Pen Drive ele pipoca quase que imediatamente na tela! Muito mais rápido que da primeira vez do Windows 7!
Agora vamos as partes ruins que no todo me fizeram desistir do Kubuntu 11.10!Umas das partes nevrálgicas para mim de toda distro linux é o gerenciador de pacotes. Logo quando estava eu me acostumando ao Kpackage Kit, eles mudam para o maldito
Muon!!! Ele é fraco, ainda tá muito verde, seu sistema de busca dos pacotes é limitado, e ele comete um erro para mim terrível, se não baixar todos os pacotes, ele instala o que foi baixado mesmo assim sem te fazer perguntas! Ele quase ferrou uma atualização minha do KDE 4.7.1 para o 4.7.2 com isso. Ficou dando vários erros até que eu tive que reiniciar o sistema. Bloqueia com facilidade a trava do apt-get para instalar pacotes manualmente, isso se você chamar ele primeiro e ele não terminar o que estava fazendo por completo! Não sei o motivo de até essa altura do campeonato, ninguém ter feito algo melhor que o Synaptic! Tanto é assim que o camarada do Perfect desktop instala o Synaptic e não usa o Muon. Eu sei, eu sei, tem gente que revira as tripas com uma atitude dessas, mas o Muon é uma porcaria mesmo!
Não existe unidade temática nas aplicações instaladas por você, principalmente se ela for GTK. Sim eu cometo esse sacrilégio, eu instalo aplicações GTK em um ambiente qt! Mea culpa, mea culpa, minha máxima culpa! O Rhythmbox que o diga, ficou horrível e vocês vão me falar que tem que instalar os pacotes gtk-engine-kde4. Tá, ele não existe mais no KDE 4.7.2. E pode tentar instalar todos os pacotes de engines qt/gtk que não resolve! Por sinal o Rhythmbox foi desprezado nessa versão do Ubuntu, seus plugins não estão mais funcionando direito, nem mesmo a arte da capa que depende do plugin da lastfm, que não funciona também!!!! Tudo em favor da bosque do Banshee!
E sobra o Amarok 2.4.3. Um chumbo! Tá pesado como o Winamp do Windows! Quiseram colocar tanta coisa no Amarok que esqueceram de deixar as coisas simples dentro dele.
Se essas coisas me deixavam chateados, vieram então as três piores. Primeiro o Dolphin e depois o Samba e por fim o gerenciamento de impressão! Vamos por partes como um bom açougueiro!
Lembram da pré-visualização dos arquivos? É, das fotos, filmes e arquivos de pdf, por exemplo? Eu não sei vocês, mas eu não vivo sem isso em modo gráfico! O nosso Dolphin só pré-visualiza fotos inicialmente. Daí instalei os pacotes multimídias do Gstreamer, como fazia no Gnome e eis que ele continua sem pré-visualizar os filmes e pdf! Depois de alguma busca no tio Google descubro que ele só visualiza filmes se instalar um plugin do Mplayer chamado
mplayerthumbs, mas não é só isso! Depois de instalar esse plugin eu preciso abrir o Dolphin, ir nas
configurações > Geral > Visualizações e marcar o bendito mplayerthumbs para que ele visualize filmes!Sua pré-visualização é lenta pra burro e se a pasta tiver muitos arquivos a serem pré-visualizados demora uma eternidade até acabar com todos os que você está vendo, mas os que ele mostra pela pasta! Pior é que se volta nessas pastas onde tem muitos arquivos, parece que ele não grava todos, e ele muitas vezes demora um pouco para mostrar todos eles novamente!
Aí faltavam os arquivos PDF! Santa paciência Batman! Procura no tio Google e depois de muita procura, descubro que ele precisa de um pacote chamado ghostscript para fazer isso! Beleza, fui todo feliz instalar tal coisa e …..
Não funcionou!!!
Ele não aparecia lá nas opções de visualização do Dolphin!!! Putz, e agora? Santo Kubuntu 11.04! Entro lá nas configurações do Dolphin do 11.04, já que ele visualizava arquivos PDF , e tá lá o bendito Postscript! Mas ele não usa o postscript direto!!!! Para que facilitar se a gente pode complicar né! Ele precisa do pacote
kdegraphics-strigi-plugins que finalmente libera o postscript dentro das visualizações do dolphin para poder pré-visualizar um arquivo PDF! Tudo muito intuitivo não acham?
Eu vou dizer, essa foi uma das distros mais trabalhosas que eu já passei para deixar ela como eu gosto!
Aí tem um BUG documentado pela equipe do Kubuntu com relação ao Dolphin e montagem do Samba! Se você clicar duas vezes numa pasta compartilhada pelo Samba, ele simplesmente responde que a pasta local não existe!
E sabem o motivo dela não existir? É que o Dolphin está colocando smb:/nome da pasta! Quando deveria ser smb://nome da pasta!
Pode isso? E logo eu que tenho um servidor samba com uma porrada de arquivos! Você tem que usar o atalho CRTL + L e colocar o smb:// manualmente!!!
Só melzinho na chupeta!
A pá de cal foram as impressões! Arquivos que imprimiam normalmente na minha HP LaserJet 1102w com o Linux mint, simplesmente agora trocavam o zero ou a letra O por interrogações! Vários arquivos sofriam disso! E do nada!
Foi a gota d'água!
Estou de volta ao Linux Mint 11 64bits com Gnome 2.32 + Openbox!
A equipe do Kubuntu podia cuidar mais do Kubuntu! Foi triste! Agora estou no aguardo do lançamento do OpenSuse 12.1 para ver como fica o KDE 4.7 dele!