O mais recente documento Coverity Scan Open Source Report, escrito pela Coverity, revela que a qualidade de código liberado sobre licenças abertas é igual, e muitas vezes melhor, do que a qualidade de código sob licenças proprietárias. Esse é o terceiro relatório sobre código aberto desenvolvido pela Coverity desde que começou a produzí-lo em 2009. O projeto foi criado originalmente pelo US Department of Homeland Security em conjunção com a Coverity em 2006. A conclusão da Coverity é que a presunção de que software em código aberto é de qualidade inferior não deve ser considerada uma razão válida para se evitar produtos em código aberto.
O estudo investiga a integridade e qualidade de software em código aberto e proprietário usando uma plataforma de análise estática da própria Coverity, que busca por defeitos como a perda de referência de ponteiros, variáveis não inicializadas, corrupção de memória e problemas com controle de fluxo do programa. O relatório não explora falhas encontradas através de testes ou enquanto o software está em uso. A Coverity contabiliza também apenas defeitos considerados de severidade "alta" ou "média" para o propósito do relatório.
Os resultados são baseados na análise de mais de 37 milhões de linhas de código disponível em licenças abertas e mais de 300 milhões de linhas de código proprietário. Esse foi o primeiro ano em que código proprietário de usuários do Coverity, apesar de anônimo, foi incluído na análise. A amostra proprietária foi tomada de uma variedade de aplicativos de diversas indústrias e tentou combinar fatores como idade dos projetos e abrangência de tempo de adoção de vários projetos em código aberto.
Os pesquisadores examinaram os códigos de 45 grandes projetos em código aberto. Em média, os projetos examinados possuiam 820.000 linhas de código. Os projetos em código aberto foram avaliados por possuir uma densidade média de defeitos de 0,45, baseados no número de defeitos por cada 1.000 linhas de código.
A Coverity também descobriu que haviam 0,64 defeitos em cada 1.000 linhas de código de softwares proprietários. Para esse estudo, a empresa avaliou 41 dos aplicativos desenvolvidos por seus clientes, que em média possuiam 7,55 milhões de linhas de código. Essa densidade de defeitos está abaixo da marca 1.0 que a Coverity usa para determinar se um software é de alta qualidade.
Em seu anúncio sobre a última edição do relatório sobre código aberto, os pesquisadores destacaram o Linux 2.6, o PHP 5.3, e o PostgreSQL como projetos de qualidade excelente, chamando-os até de "modelos a serem seguidos". Esses projetos possuem uma densidade de defeitos de 0,62, 0,20 e 0,21, respectivamente, de acordo com a Coverity. O Linux foi recomendado pois suas 7 milhões de linhas de código exibem uma densidade de defeitos que é praticamente idêntica a de seus competidores proprietários.
Desenvolvedores de projetos em código aberto podem fazer uso do Scan da Coverity através de um programa para organizações e softwares que são considerados qualificados. A Coverity espera expandir seus serviços para projetos adicionais em 2012.
FONTE: http://www.linuxmagazine.com.br/lm/noticia/a_boa_qualidade_do_software_em_codigo_aberto