Autor Tópico: Que se dane a confusão do direito autoral digital  (Lida 2333 vezes)

Offline plynott

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Que se dane a confusão do direito autoral digital
« Online: 18 de Novembro de 2006, 14:29 »
Que se dane a confusão do direito autoral digital



Por John C. Dvorak

Fonte:
http://pcmag.uol.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=322&Itemid=28

Tenho sentimentos divididos quanto ao chamando gerenciamento de direito autoral digital (DRM) e seus benefícios. Minhas preocupações não vêm apenas do DRM em si, mas do fato de que não é apenas ilegal contornar os sistemas DRM—é essencialmente ilegal até mesmo pensar em contorná-los. Isso, é claro, parte do oneroso Digital Millennium Copyright Act. Ele e outras leis e estruturas foram forçadas por lobistas das indústrias fonográficas e cinematográficas.

Esses lobistas argumentam que isso serve ao público de algum modo, por assegurar que a colocação de conteúdo nas novas mídias digitais não significará que uma cópia se tornará em 100.000 outras em redes P2P ou de qualquer outro modo. Basta observar bem e ver que esse pessoal não tem nem idéia do que é backups pessoais, pois eles acham que backups pessoais não são nada mais do que bootlegs!

A indústria fonográfica precisa do DRM mais do que a cinematográfica, pois ela precisa de algo que com certeza possa impedir as pessoas de copiarem uma boa música de um CD. Precisa do apelo daquela boa música para continuar vendendo ao grande público por altos preços. De vários modos, a única boa música por CD resulta na verdade no gasto do usuário de US$15-18 por música, já que as outras são lixo. A indústria fonográfica odeia o iTunes e outros mecanismos de distribuição de músicas únicas por esse motivo. Eles até sugeriram que alguns singles sejam vendidos por mais dinheiro do que o normal. Eles estão tentando recuperar todo o dinheiro que ele fizeram vendendo CDs com uma boa música e 13 outros lixos.

Para as pessoas que gerenciam a indústria cinematográfica, esses sistemas DRM são importantes para que possam cuidadosamente orquestrar a campanha de marketing mundial para um filme e não ter que se preocupar se o filme chegar às mãos de, digamos, os alemães antes da noite do grande lançamento na Alemanha. Isso arrasaria a campanha de marketing. Executivos da indústria cinematográfica também se vêem como pertencendo à indústria fonográfica, como sendo os maestros da orquestra. Eles agem assim, como se fossem maestros, dirigindo uma sinfonia do marketing.

A grande ironia. Agora já se sabe que sempre que um novo meio para distribuição de conteúdo surge, as vendas aumentam. Editores de livros que realmente colocam livros online gratuitamente, por exemplo, aumentam suas vendas. O Grateful Dead durante seu auge era um dos shows ao vivo mais assistidos do mundo, lucrando milhões em seus shows. O grupo permitiu e incentivou que os fãs trouxessem gravadores para registrar seus shows.

Quando os executivos são confrontados com esses exemplos, eles os dispensam como anomalias. E é aqui que eu gosto de mencionar que as vendas de CDs na verdade aumentaram durante o auge do Napster. Quando o Napster foi fechado, as vendas de CDs diminuiram. Executivos de gravadoras dirão que as vendas de CDs teriam aumentado ainda mais sem o Napster e que elas caíram depois bem, porque tinham que cair mesmo.

Não vamos esquecer o videocassete e o fato de que o filme gravado acabou se tornando o aspecto mais lucrativo da indústria cinematográfico. Isso aconteceu apesar dos esforços dos executivos para banir videocassetes quando eles apareceram. Assim, eis aqui o que devemos fazer: que se danem esses cretinos. Eles não escutam a razão. Eles fazem tudo que podem para destruir seu próprio negócio ao recusar-se a mudar qualquer coisa e a tornar mais difícil para o consumidor fazer o que ele ou ela quer fazer.

Essas indústrias já fazem muito dinheiro e obviamente já têm corrompido muita gente. Além disso, os produtos são geralmente muito ruins. Então porque dar a eles mais do que uma vantagem com conselho lógico e bom? No geral, não há nada tão diferente em cada lançamento em particular de um filme em um dado ano. Sim, esse ou aquele produto pode ser engraçado de vez em quando, mas sempre há outras maneiras de se entreter. Que tal jantar com os amigos e conversar? Ou que tal caminhar?

Será que não temos alternativas para o entretenimento? Você realmente precisa ouvir música o dia todo? Tente música clássica. Você encontrará músicos genuínos e sinceros que não estão por aí para lançar lixo pop. Mude para bandas indie se precisar de um pouco de rock. Pare de ir ao cinema e veja algumas peças—mesmo uma peça numa escola. Essas crianças precisam de algum dinheiro mais do que qualquer um em Hollywood. Você realmente precisa ver um filme? Vá a um cinema de arte e veja algo profundo, se você realmente precisa.

Acima de tudo, vamos parar de reclamar sobre a situação das redes P2P e começar a reclamar da falta dos livros de bolso nas bancas.
"Um povo que valoriza seus privilégios acima dos seus princípios, cedo perde os dois."
Dwight D. Eisenhowern (estadista americano)

Offline absolut1983

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Re: Que se dane a confusão do direito autoral digital
« Resposta #1 Online: 18 de Novembro de 2006, 14:51 »

   Excelente, como a maioria dos artigos do Dvorak.
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