Conheci o Ubuntu em 2009, quando mau sabia o que realmente era Linux. Ele foi para mim - e para muitíssimos outros - a porta de entrada para este maravilhoso universo livre. Infelizmente naquela época, por falta de conhecimento e por ter uma conexão horrível (3.2kb/s de download), não pude utilizá-lo por muito tempo. Eu apenas baixava a ISO nas lan houses a cada nova versão para testar.
Ano passado, quando já estava com uma conexão bem melhor há um tempo, resolvi testá-lo novamente e permaneci por cerca de um mês, mas ainda era muito dependente do Windows, então acabei removendo o Ubuntu do dual boot porque precisava reinstalar o Windows e não sabia nem queria reparar o GRUB.
Durante todo esse tempo, era muito comum ver afirmações desanimadoras para um iniciante, tais como:
"Quem usa Ubuntu não usa Linux. Ele é tão automático quanto o Windows."
"Ubuntu deixou de ser Linux de verdade."
"É coisa de noob...". Essas afirmações me fizeram adquirir um preconceito em relação ao Ubuntu. Preconceito este que me fez migrar para a Debian, que era conhecida por ser mais complexa em sua instalação mínima. Isto me fez aprender muito sobre a origem do Ubuntu e sobre o Linux em si, proporcionando uma maturidade que me permitiu rever meus conceitos.
Cheguei a conclusão de que quem diz que "o Ubuntu não é Linux" não sabe nem ao menos o que é Linux e que não é justo discriminar algo superior sem fundamentos sólidos. O Linux é "apenas" um kernel (núcleo de sistema operacional, responsável pela absorção do hardware), portanto, tudo que se utilizar dele não só pode como deve ser chamado e considerado Linux.
Não estou desmerecendo as distros mais antigas e complexas, tampouco seus usuários. Muito pelo contrário! elas merecem todo o crédito por nos proporcionar o que temos hoje. Apenas quero dizer com tudo isso que esses fanboys que se autointitulam "geeks" e gostam de tachar os outros como "noobs" não passam de especialistas. Especialistas esses que se preocupam em aprofundar cada vez mais em uma única área de conhecimento (distro, neste caso) e quanto mais fundo vão, mais se distanciam da superfície e de tudo que há para ser explorado à sua volta.
Em nenhum momento foi determinado que "Linux de verdade tem que ser complexo". Na verdade a proposta do Linux é o oposto, implicando em ser LIVRE e ACESsiVEL à todos.
Enfim, voltei ao Ubuntu e com o conhecimento adquirido com as outras distribuições - sobretudo conhecimento em pesquisa e compartilhamento de informações -, posso conviver tranquilamente com ele, suprindo todas as minhas necessidades. Tudo é questão de vontade de aprender e desejo de ser livre.
O Linux só é o que é hoje por não ter em sua proposta esses preconceitos. O projeto sempre visou compartilhar conhecimento para melhorar constantemente. É nosso dever manter essa chama viva.