Rapaz, já vou me meter em outro "Off", pois não tem nada haver com o BB ou plugin java sun, já que tenho conta apenas no bradesco e uso ele normalmente com openjdk e icedtea.
Então caro Sampayu, não vejo porque um usuário tem que ser no minimo um usuário intermediário para usar o Slackware, eu não sou esse usuário que manja quase nada de linux, apenas leio e lendo consigo manter meu Slack KDE 14 muito bem, sem nenhum vasto conhecimento, agora concordo que tem isso sim, o comodismo não é a praia dele.
Pois os gerenciadores (isso, aquilo) e seu peso extra nos deixaram assim
T+
Eu escrevo pra caramba,
mas com este post espero conseguir concluir a minha participação no
off-topic.
Entendo o que você quis dizer, e de certo modo sua opinião coincide com a minha. Veja bem: o que eu quis dizer na minha resposta ao Julio não foi que o Slackware é um sistema ruim ou que não deva ser usado, mas apenas que o Slackware requer uma certa dose de conhecimentos prévios, e que essa dose requerida pelo Slackware é maior que a que o Ubuntu demanda, por exemplo. Aliás, não foi por coincidência que somente após o advento do Ubuntu o sistema GNU/Linux começou a ganhar popularidade: antes disso, as distribuições GNU/Linux eram desencorajadoramente complicadas. Na verdade, o GNU/Linux continua sendo complexo: a diferença é que hoje em dia a maioria das distros mais populares já vem com boa parte das "complicações" já pré-configuradas, e essas distros também vêm com ferramentas que facilitam a configuração de boa parte do sistema. Essas coisas tornam a vida do usuário final muito mais fácil, já que essas pré-configurações e essas ferramentas de configuração evitam que o usuário final tenha de entrar em "queda de braço" com a complexidade do sistema operacional.
Eu acompanho o GNU/Linux desde o surgimento dele, que ocorreu na década de 90. Naquela época, era praticamente impossível você conseguir usar o GNU/Linux no cotidiano, porque até mesmo as tarefas mais simples requeriam muito conhecimento e muita paciência para configurar tudo.
Você mesmo escreveu que você teve de ler (e continua lendo, sempre que precisa mexer em algo diferente) para poder configurar e manter seu Slackware com KDE. É o que eu quis dizer: sistemas mais "manuais", mais "baixo nível" (ou seja: que requerem que você responda mais perguntas durante a instalação, e que configure mais coisas manualmente durante o uso do sistema) requerem que o usuário leia mais, porém o usuário final/convencional/doméstico (principalmente o oriundo do mundo Windows) não quer se dar esse trabalho, portanto sistemas como Arch e Slackware desanimam (amedrontam) os iniciantes. Isto
não é uma crítica negativa minha, é apenas a constatação de um fato da realidade: ninguém é obrigado a usar Slackware, justamente porque o universo GNU/Linux felizmente dispõe de diversas distros, e cada uma tem um "formato" que atenderá melhor a cada usuário, em função das diferentes necessidades e interesses de cada usuário. Há distros bem fáceis de usar, como a Ubuntu. Usar a Slackware não é uma coisa de outro mundo, mas requer mais conhecimentos que Ubuntu, por exemplo, por isto o usuário terá de ler, de se informar, de aprender a responder certas perguntas que o programa de instalação do Slackware faz mas que o programa de instalação do Ubuntu, por exemplo, não faz. O bacana de distros como a Slackware é que, justamente por fazer mais perguntas, permite ao usuário personalizar mais profundamente o sistema. Por outro lado, também requer mais conhecimentos prévios do usuário. Aí é que está.
Ainda me lembro da primeira vez em que me deparei com um programa de instalação do GNU/Linux (o primeiro em que eu mexi foi um Conectiva Linux, e o segundo foi um Red Hat, que pelo menos na época era uma porcaria de sistema: o Red Hat era um GNU/Linux que se esforçava tanto para parecer com o Windows que acabava sendo pior que o Windows
): eu não sabia o que era
kernel,
módulo do kernel,
ponto de montagem,
lilo,
ext2,
swap,
inode,
journaling,
X Window,
man pages,
Window Maker (a interface gráfica mais utilizada, na época. O desenvolvimento do GNOME e do KDE ainda estavam iniciando e muita coisa deles não funcionava),
linuxconf (o programa que na época era essencial para facilitar fazer toda a vasta configuração do sistema. Posteriormente foi substituído pelo
webmin, que hoje em dia também já não é tão conhecido),
midnight commander,
runlevel (na época algumas distribuições requeriam que você configurasse os runlevels do sistema, "na munheca", item por item!
),
init,
shell (muita gente até hoje acha - equivocadamente - que "shell" é sinônimo de "interpretador de comandos"),
cron,
daemon,
tty... Nada! Na época eu não sabia
nada dessas coisas (e aposto que a maioria dos usuários atuais do Ubuntu não sabe o que são algumas dessas coisas aí que eu acabei de mencionar, rs)!
Acabou que na época eu demorei bastante para conseguir instalar o Conectiva Linux, e após instalá-lo eu não sabia fazer nada. Na década de 90, o GNU/Linux requeria muito mais paciência para usar o sistema, porque muita coisa não vinha pré-configurada. Eu me recordo de ter tido de usar
mknod para criar alguns arquivos de dispositivo dentro de /dev, usar
gcc para recompilar kernel etc. Mas o mais importante disso tudo: eu tive de
ler muito, para poder aprender a fazer essas e tantas outras coisas. Foram vários meses estudando e varando noites acordado futucando o GNU/Linux.
Após uns 3 anos aprendendo muito de GNU/Linux, mas ao mesmo tempo me sentindo cada vez mais cansado por ter de executar "trocentos" passos apenas para p.ex. conseguir fazer meu modem funcionar e discar para o meu ISP (provedor de acesso à Internet), joguei a toalha e acabei voltando para o Windows, onde tudo já estava "pronto para uso": o GNU/Linux de outrora ainda estava muito rudimentar, por isto era muito trabalhoso para ser utilizado até mesmo pelos usuários mais avançados, já que não era apenas questão de saber fazer as coisas no GNU/Linux, mas também de ter tempo e paciência para configurar tudo, porque tudo requeria configuração. Isso além dos muitos bugs: eu me lembro de certa vez ter passado cerca de duas horas configurando o menu do meu GNOME (o menu só podia ser configurado via edição dos arquivos de configuração, via aplicativo
vim ou então
emacs), só para no fim das contas reiniciar meu sistema e descobrir que ele havia desfeito todas as minhas alterações. Digo: além de mais trabalhoso, o GNU/Linux tinha muito mais bugs do que atualmente.
Hoje em dia, mesmo sistemas mais chatinhos como o Arch e o Slackware já vêm com muita coisa pré-configurada e funcionando. Ainda bem, pois foi isto que me possibilitou instalar e testar o Slackware dentro do VirtualBox sem ter gastado muito tempo para conseguir isso. Inclusive, foi por eu haver percebido, em meados dos anos 2000, que as distribuições GNU/Linux estavam finalmente começando a ganhar uma aparência melhor, mais amigável, com tudo melhor configurado e com menos bugs, o que me animou a em
2005 voltar a usar o GNU/Linux (Debian, no caso), inicialmente em modo de "dual boot" com o Windows, até que em
2009 eu abandonei o Windows definitivamente: desde então, tenho utilizado somente GNU/Linux no meu PC (agora notebook), além de usar o OS X no meu Macbook. Em suma: desde 2009 utilizo somente sistemas de arquitetura Unix, e não sinto absolutamente nenhuma saudade do Windows.
O resumo dessa história toda é que inegavelmente sistemas como Slackware, Arch, Debian etc. requerem uma dose extra de conhecimentos que muitos usuários atualmente não possuem e não querem possuir, pois eles não querem ter de ler/estudar para aprender a (e conseguir) mexer no (e usar o) sistema: a maioria dos usuários quer só instalar e começar a usar (tal qual ocorre no Windows). Mas, claro: os que gostem de ler, que são entusiastas do GNU/Linux e por isto gostam de aprender coisas novas e mais profundas a respeito do GNU/Linux, que
não têm um histórico de "desgastes" (como eu tive) com as distros GNU/Linux da década de 90, bom, essas pessoas certamente encontrarão no Slackware e distros similares uma fonte de prazer e de aprendizado constante.
PS: o bom de você aprender a mexer em sistemas assim (mais "baixo nível") é que consegue descobrir formas alternativas para solucionar problemas que ocorrem no GNU/Linux, quase sempre recorrendo ao velho e bom shell. Não é por acaso que todos os meus tutoriais de GNU/Linux - como este sobre o Java, e também
este,
este,
este - utilizam muitos comandos no shell. Isso é herança das "surras" que levei do Linux na década de 90, mas que me permitiram aprender bastantes coisas e agora poder, modéstia à parte, compartilhar um pouco desse conhecimento.