Tive algumas experiências com Linux desde o final do milênio passado, mas praticamente só com servidores de arquivos de clientes e quem fazia as instalações eram outras pessoas. Resolvi usar Linux no desktop a aproximadamente dois anos e entrei de cara no Gentoo, foi uma experiência positiva porque me forçou a estudar pacas, é uma ótima distribuição, mas não é uma distribuição para leigos, mesmo sendo profissional estava usando mais do meu tempo na tentativa de instalar ou ajustar pacotes do que usando o Linux efetivament e cheguei a um ponto onde não conseguia instalar mais nada por conta de um zilhão de dependências, como não é meu objetivo de vida aprender todas as linguagens existentes pra poder manter uma máquina funcionando resolvi me retirar do mundo Gentoo, mantendo meu respeito pela distribuição. Andei espiando os Red Hat's da vida mas não faziam meu estilo. Em seguida tive uma experiência trágica com o Mandrake, mais ou menos na época da fusão com a Conectiva, perdi dois leitores de CD da LG por conta de um problema na implementação do padrão ITAPI dos leitores, ocorre que este problema há era conhecido a mais de dois anos e não ocorria em nenhuma outra distribuição como verifiquei depois, baixei a última versão da época do site da Mandrake e meu primeiro leitor foi pro espaço, como não imaginava que uma coisa destas pudesse acontecer, peguei o leitor de outra máquina e perdi mais um leitor, como não consegui instalar fui tentar descobrir o que tinha acontecido, depois de horas de navegação descobri que um problema que era de conhecimento público a mais de dois anos e que poderia danificar o hardware do usuário ainda não era tratado com seriedade pela Mandrake, escrevi pra Mandrake, Conectiva, tiraram o corpo fora, por conta disto tenho um lema "Mandriva, nunca!". Em seguida fui buscar outra distribuição, estava tentado a ir para o Debian, por conta das posições positivas que via a respeito do mesmo ai pela net afora e nesta procura encontrei o Ubuntu. E cá estou, já na terceira versão do mesmo, e não consigo imaginar uma distribuição tão bem estruturada, confiável, séria, flexível e ágil pra me fazer mudar.
Minha filha adolescente quase entrou em pânico quando disse que não iríamos usar mais Windows em casa, isto nos tempos do Gentoo, hoje me impediria se eu num momento de loucura pensasse em voltar ao passado (Windows), já instalei Ubuntu nas máquinas de 2 amigas dela e de umas três outras pessoas, gente que não conseguia ter uma máquina funcionando sem virus, spyware, PQPware ... por mais de uma semana, quando não minutos após uma intalação.
Ainda tenho uma máquina Windows, trabalho com software e a base instalada de Windows ainda é significativa, estou iniciando a desenvolver multiplataforma em C++, a idéia é desenvolver no Linux e apenas testar e fazer os ajustes necessários no Windows e aos poucos ir sensibilizando os clientes a mudarem para o Linux.
Acredito que a melhor forma de contribuirmos para a expansão do software livre e combatermos as práticas abusivas e injustas daquela empresa não é sair demonizando-a por aí, mesmo que suas práticas o mereçam, prefiro e acredito mais nas coisas construtivas e nas pequenas grandes atitudes, o efeito multiplicador de usarmos algumas horas pra instalar um Ubuntu na máquina de alguém que confia em nós e dar um suporte inicial naquela fase de adaptação é incrível. Os zilhões de $ gastos em propaganda por aquela empresa não são suficientes pra combater o poder de um usuário feliz. Última coisa, temos que entender que a grande maioria das pessoas não quer saber, nem tem tempo, pra entender o que acontece nos meandros de um SO, quer mesmo é ligar a máquina e usá-la. E muitos de nós não conseguem entender isto, não é porque gostamos de escovar bits que devemos achar um absurdo que alguém não goste. Um pouco de paciência e compreensão fará muito pela nossa causa, digo nossa, porque acredito que todos, ou a maioria dos que aqui estão, acreditam que é uma causa, nobre, justa e que contribui para um mundo melhor.
[]s