Olá pessoal, faz um tempo que não apareço por aqui pra dar notícias, mas, como todo bum Ubunteiro, não poderia deixar de migrar de distribuição. Eu aguardei um tempo por diversos motivos, entre eles, o de não poder parar minha máquina por que a uso continuamente, ou seja, é uma máquina de produção e trabalha junto comigo.
Preparei tudo direitinho, fiz os backups, copiei as coisas para uma outra HDD (a pasta Home inteira), e baixei o DVD do Ubuntu 7.04.
Bem, a primeira impressão que tive com o live CD, foi a de estar tudo certinho, integrado e tal, então eu decidi instalar de vez. Eu sempre instalo pelo modo texto, assim evito um monte de chatices.
A instalação foi baba, simplérrima como o do seu antecessor, então eu fiz as atualizações, instalei e baixei todos os pacotes que uso e atualizei de novo, mas, aí a coisa começou.
Primeiro, certos serviços que não são familiares para todos os ubunteiros, e que são coisas que ninguém entende nada, ficam ligados por default, então podemos dizer que, para quem não entende nada de Linux, estamos falando em grego. Isso causa uma série de problemas de cara, como por exemplo o crash de um ou mais aplicativos que rodam por baixo do KDE e do Gnome logo de cara, principalmente os relacionados a hardware que não é o padrão do computador., como os fornecidos pela AMD para o AMD Power Now ! e Intel Speed Step. Esses são para laptops e não servem para desktops. bem , a cada crash, eu fui desligando os serviços até que nenhuma mensagem aparecesse e zerei um script do python em uma pasta para que um ajudante de bateria não desse problema.
A instalação de drivers que na 6.06 e 6.10 era mais simples, foi piorada em determinada parte por que os headers do kernel foram alterados e uma das atualizações da própria canonical quebrou o X e me fez recompilar o driver da Nvidia 3 vezes. Isso realmente é muito perigoso para os iniciantes, por que em um momento sua máquina está OK e em um segundo não sai da tela com o logo do Ubuntu e só se loga no shell com CTRL + ALT +F1. Outro problema que tive de encarar foi o fato dos arquivos do kernel para recompilação não serem instalados integralmente por padrão. Isso é o maior erro que qualquer distribuição Linux pode cometer , e não é privilégio exclusivo da Canonical, a Mandriva faz pior ainda, o kernel é quebrado por default :p. Muitas vezes eu tenho saudades de como o Debian e o Red Hat eram antes. Tudo o que era necessário ao kernel e sua compilação era instalado integralmente antes de mais nada. Muita gente reclama até do Windows por isso , por que acha que é um desperdício.
Na minha opinião, mais que um desperdício de alguns Megabytes de espaço em disco, o desperdício para um iniciante que precisa dar uma instrução simples de recompilação do kernel; em termos de tempo e de paciência é muito pior.
Estamos em 2007, e o Linux não precisa agradar a todos dessa maneira economizando espaço nesse ponto, portanto, essa falha de não colocar um bloco completo no sistema e depois para a pessoa que não entende e a que não quer entender fica pior ainda. O kernel da Nvidia é chato para instalar se você não tem os arquivos do kernel completos para compilar. Pior ainda se você instala os restricted modules que vem com o kernel pre compilado e os headers não, no caso do que aconteceu comigo, a única solução é apelar para instruções externas para baixar esses arquivos e só depois recompilar para que o X funcione.
Para os usuários do Windows, o abominável sistema do pinguim das neves começa com esses problemas que já deveriam estar resolvidos há 10 anos, isso já estava resolvido anteriormente, não sei por que tiveram a idéia absurda de economizar nisso.
A instalação de codecs melhorou 10 anos pra frente, basta escolher um script que instala tudo ou então dar uns comandos simplérrimos, mp3 e vídeos já são um problema do passado para o Ubuntu.
O Adept está mais maravilhoso que nunca, nunca vi um sistema que fosse melhor que o que o adept faz pelo Ubuntu. A simplicidade de instalar pacotes pelo repositório é cativante. além do mais, todos os programas estão funcionando sem nenhum erro, estamos chegando ao que eu sempre sonhei que o Linux deveria ser, e posso dizer mais, depois desse período, cheguei á conclusão de que o Windows deve ser usado apenas para tarefas específicas e que não interfere mais no ciclo de trabalho se você usa ou não ele como sua plataforma padrão, mas isso só acontece por que eu não dependo de softwares específicos que exijam windows, e mesmo grande parte dos ERPs que temos hoje tem versões para as duas plataformas e isso é maravilhoso, e quando não, também temos a opção de comprar simples licenças de TSR. ( Terminal Server do Windows ) que é uma opção mais barata que uma licença e que aproveita melhor os recursos de um computador, sem ter os custos de uma licença normal, que em geral é quatro vezes mais cara.
Um software bacana que eu não tava usando era o KRDC para acesso remoto, uma pena que não transfere arquivos, mas isso se dá um jeito. Antes eu estava usando o Xvncviewer, mas eu tou fazendo mais com menos , ou seja, estou vendo alterantivas para não instalar um monte de substitutos sem ver o que já estava a minha disposição.
Os programadores da Canonical já estão a par de todos os problemas aqui relatados e das soluções, então em breve não teremos mais que se preocupar com tudo o que estou falando, e os softwares anteriores, como o 5.10, 6.06 LTS e o 6.10 estão super bem consolidados e posso lhes assegurar que eles tem uma coisa perseguida por muitos S.O.s dos mercado, que se chama noção de conjunto. Eles estagnaram, mas são um conjunto funcional para determinadas máquinas e arquiteturas, ou seja, se você precisa trabalhar com o conjunto de software e hardware confiável e que não trave, ( como o modus operandi dos MACs ), a Canonical nesse ponto é um grande sucesso. Desejo o mesmo para o 7.04, tropeços são normais no início de qualquer software.
Abraços para toda a comunidade.
Tópico: Ubuntu 7.04, primeiras impressões. (Lida 1124 vezes)