Primeiro a Novell, agora a Xandros e a Linspire "a assinar a rendição ao FUD das patentes".
A tendência é alarmante. Alguns tentam minimizar: "em último caso poderemos sempre nos refugiar aos xiitas do debian"; "as distro mantidas por comunidades continuaram mesmo sem o apoio das empresas"...
Não é tão simples. Muitos dos grandes passos dados pelo linux nos últimos anos são, em boa parte, graças ao financiamento de empresas que tem algo a ganhar com o software livre. É preciso não se prender em ingenuidades. Sem o dinheiro de tais empresas, financiando programadores dedicados, seria impossível manter esse ritmo de evolução técnica e conseqüentemente de expansão de mercado. Estariamos anos atrasados. Quem aqui iria se dispor a conviver com uma distro de 1999 hoje em dia ?
Só um exemplo: O OpenOffice ainda é um software bem inferior ao MSoffice, isso é fato. Mas se a SUN não tivesse aberto o código do StarOffice e não financiasse o projeto até hoje, o que teriamos? Estariamos condenados aos limitadíssimos koffice, abiword...
Lembremos que a Novel é um das empresas que banca o kernel linux e uma série de outros projetos vitais.
Imaginar várias empresas desistindo do linux e seguindo outros caminhos devido a GPLv3 é preocupante para o software livre. É preciso entender que as comunidades sobreviveriam. No entanto, com o desenvolvimento estacionado, o público e o espaço conquistados até aqui correriam sérios riscos. Essa mecânica só funciona com a combinação "financiamento + comunidade", nesse modelo as empresas lucram e a comunidade ganha em qualidade e agilidade.
Essas empresas financiadoras não são um mal, são aliadas das comunidades. Não faz sentido enaltecê-las - já que eles apoiam visando retorno financeiro -, tampouco demonizá-las, pois o software livre para se expandir como ideologia precisa ser interessante comercialmente, para daí ocupar um maior espaço no mercado e atingir mais pessoas.