Em suma, o Fedora é tão intransigente em relação aos formatos proprietários quanto o Ubuntu.
Intransigente? Agora você me ofendeu, porque eu sou usuário dos dois e não me considero uma pessoa intransigente. Fiquei muito ofendido com isso (brincadeira hehe).
E com o agravante de não ter ali repositórios universe e multiverse para facilitar a vida do usuário. E, na verdade, os repositórios alternativos - como o Livna - são relativamente muito raros.
Isso é uma questão legal. O linux tem que trabalhar com países onde a criptografia é protegida como arma militar (EUA), e com outros que não reconhecem o direito autoral (China). Patentes é apenas um outro grande problema e codecs que são feitos através de engenharia reversa, desrespeito a royalities, ou outras coisas, podem ser ilícitos em alguns países e em outros não. Se uma distro ou outra distro, ao mudar o idioma, não se comportam como uma terceira que a cada idioma já se adequa à realidade social e legal de um determinado país, é tudo uma questão de política de gestão e padronização do produto.
Não dá nem pra comparar o Universe e o Multiverse do Ubuntu com o Core, Extras, Update, Freshmeat, Livna, DAG, NewRPMS, ATrpms, Dries, Macromedia, entre outros do Fedora em número e variedade de pacotes e programas. A diferença é estúpida. Mas para ambas as distros a instalação dos codecs é facílima. Será que é uma questão de intransigência dos moderadores do fórum quando não admitem propaganda de sites com programas piratas só porque estes estão infringindo os direitos de propriedade?
Uma outra questão é que o Fedora ou muito antes o Red Hat, nasceu dentro de um ambiente muito mais disperso e pouco controlado que o Ubuntu, visivelmente mais concentrado e como a entropia sempre é crescente, o esforço para unir Repositórios que tem vida própria debaixo da asa protetora da distro é muito maior do que nascer já debaixo dessa asa. Como o limiar entre liberdade, descontrole e anarquia são, às vezes, muito tênues, vemos, hoje, repositórios que inclusive são incompatíveis entre si, ou, na melhor das hipóteses, ter que baixar a mesma versão de um programa a medida que ele for sendo descarregado no repositório. Quem já instalou o Medibuntu sabe o que é isso (imagine dezenas de variações do Medibuntu?!).
O cerne (kernel
) da questão é que no Brasil temos uma legislação muito mais próxima dos EUA do que da China, mas vivemos praticamente como chineses quando o assunto é bens de consumo e software.