Sou um usuário que desconte com o monopólio da Microsoft resolvi procurar novos horizontes com o software livre, nessa busca cai no Ubuntu um software fenomenal, muito bem feito e bem acabado que não custa absolutamente nada. Eu usava o windows desde a versão 98, tendo contato em computadores mais antigos com o 95; atualmente eu usava o windows xp que por sinal foi uma das versões do windows mais bem sucedidas, as famosas telas azuis, a instabilidade do sistema e vírus, comigo, nunca foram problemas, porém eu nunca comprei um windows, como a grande maioria eu sempre recorria a pirataria já que o preço do software sempre foi um IMENSO empecilho para quem sempre teve problemas para comprar um computador se quer.
Hoje, mais informado, eu vejo que o que eu faço é o mesmo que roubar, e comprar uma licença do windows está cada vez mais complicado já que a mesma pode chegar a custar quase mil reais, um absurdo capitalista!
Procurando uma solução de OS livre não tive nenhuma dificuldade pra esbarrar no Ubuntu, já que ele pra mim é o “pop-star” das distros.
Uma das minhas maiores preocupações ao ir para o universo do pingüim era a dificuldade, ou melhor, a novidade, sabe-se que é da natureza humana sempre temer o novo, já que o “de sempre” nós remete uma segurança infalível, todavia não tive medo de investir nesse mundo, o medo podia ser facilmente superado pela curiosidade de um novo universo, com isso fui para o Ubuntu.
Uma coisa eu posso dizer agora, Ubuntu (ou qualquer outra distro) mais Google é uma pedida perfeita, creio que 94% das suas dúvidas mais básicas de quando se chega no linux possam ser solucionadas com uma boa pesquisa. Parece que a comunidade linux está mais empenhada em colocar conteúdo sobre o OS, não que o windows não tenha nada, mas a informação no mundo linux parece ser mais objetiva.
O gnome, é uma interface fenomenal, fácil e intuitiva, um excelente trabalho de uma comunidade que visivelmente se empenha muito em fazer um software de ponta, porém ainda precisa de umas melhorias, como por exemplo a velocidade dele, parece que você está rodando um programa em cima de outro programa, não parece ser um coisa 100% redonda, no windows eu me sentia em um sistema operacional rodando uma interface gráfica que era praticamente o sistema em si, no linux é diferente, parece que estou rodando um programa para ter tudo, até parece as interfaces AJAX's que encontramos por aí afim de simular desktops, quem sabe se isso fosse 100% integrado com o kernel do linux (posso estar falando besteira) a coisa ficaria mais “lisa”, porém isso é uma coisa muito irrelevante, já que aqui o gnome roda maravilhosamente bem, super estável e muito bonito por sinal, inclusive isso foi uma das coisas que mais me chamou atenção, a beleza da interface, lembra um pouco o Mac OS X, nesse ponto eu acho que ele é superior a interface gráfica do windows.
Um problema que pode ser resumido na palavra raiva, é a estrutura de diretórios do sistema Unix. Eu simplesmente odeio isso, acho que esse é o maior empecilho para o usuário que migra do windows para o linux. No windows temos três pastas mestres: WINDOWS, Arquivos de Programas e Documents and Settings, facilmente eu explico o que cada uma contém, já no Ubuntu temos vinte pastas mestres, cada uma com a sua função, eu poderia dizer que tudo que te interessa acontece na pasta /usr, antes fosse assim, dentro desta pasta você vai encontrar outras várias pastas sendo que uma pasta que está na raiz desta pasta pode se encontrar dentro de uma pasta dentro da pasta /urs, ou seja, uma confusão total. Com isso fica complicado (pelo menos pra mim) achar algum programa, por exemplo. Até agora não sei onde foi parar o RealPlayer, sei como executar ele, mas achar o programa em si, nada, com isso ainda não consegui tornar ele o tocador padrão de arquivos .RM e .RMVB, se fosse no windows eu simplesmente iria na pasta Arquivos de programas e acharia o bendito lá, seja na pasta com nome da empresa responsável pelo software ou com o próprio nome do dito-cujo programa, ou então eu iria nas propriedades do atalho e acharia onde ele está, como o endereço de uma casa, por exemplo. Usar o buscador do linux é o mesmo que nada, é sem dúvida pior que o do windows, o cachorrinho que não te ajuda em nada. Eu acho que simplificar isso poderia ser um MEGA ponto para uma distro, frisando: simplificar, e não copiar.
Uma maravilha do linux, em especial do Debian, é o APT-GET e o Gerenciador Synaptic. Que mordomia é isso, digitando um comando fácil de lembrar o sistema baixa, instala e configura o seu programa, eu não acreditava muito no SUDO APT-GET INSTALL, mas quando eu usei eu vi que realmente é um ponto forte do Ubuntu/Debian. Pena que isso implica algumas vezes na perda do local onde está o programa que você instalou.
Porém nem tudo é APT-GET INSTALL, alguns programas vêm como TAR.GZ e isso ainda é complicado pra mim, eu ainda não sei ao certo com instalar um programa quando ele vêm assim, se tiver um tutorialzinho eu dou conta, mas se for sozinho não rola de jeito nenhum, isso deveria ser ABOLIDO, pra mim isso tá na lista das coisas que atrapalham a popularização do linux para os leigos juntamente com a estrutura de diretórios unix. Os pacotes .DEB podem ser comparados aos .EXE do windows, porém mais fáceis, pois ele já verifica as dependências e baixa pra você, com um clique você tá com o seu programa contra os NEXT, ACCEPT, NEXT e FINISH do win.
Graças a isso eu fico pensando, o Ubuntu é um sistema muito dependente da internet, eu não vejo softwares serem distribuídos por CD como acontece comumente no windows. E seu ficar sem internet, como fica?
Outro receio meu era os programas equivalentes, no ínicio eu olhava os programas do linux com o olhar de quem só tinha aquilo ali pra usar pra não ficar sem nada, e digo que ainda estou com esse olhar. No windows eu usava o Orbit Donwloader, software free que pra mim é perfeito, gente, ele consegue interpretar links vindos do RapidShare, por exemplo. Emular programas me surpreendeu, eu não acreditava muito neste artifício, mas realmente funciona, a única coisa que mata é a interface horrorosa que o wine tem, mesmo usando temas continua horrível, isso deve ser o maior problema que o wine tem. Quem sabe com a popularização do Linux esses softwares se convertam ao pingüim, a minha parte eu já fiz, solicitei ao fabricante do software uma versão para o linux, se eles vão fazer só Deus sabe.
Agora, se eu tivesse conhecimento suficiente em programação, faria um fork do Ubuntu mais facilitado (sim, ele é fácil mas dá pra deixar mais fácil), com wizards pra praticamente tudo (coisa presente no Mac OS X) e ainda perguntaria ao usuário se ele é um usuário vindo do Windows, assim um wizard especial iria ensinar para ele como é que se faz tal coisa no linux que ele fazia assim no windows, em uma tentativa maior de captar esse usuário para o linux. Hoje 97% dos PC usam o Windows, se importar com a migração desses usuários é muito importante, afinal eles são a maioria esmagadora! Se o número de usuários do linux começar a crescer com certeza teremos programas como Photoshop, Flash e outros de peso rodando nativamente nos nossos pinguins, isso seria um passo enorme para o Linux, talvez ele pudesse até mesmo desbancar o windows, afinal você poderia rodar o photoshop em um OS grátis, economizando uma grana preta do windows, seria uma mão na roda de qualquer empresa que desenvolve.
É isso! Texto grande mas exprime grande parte do que eu penso sobre o Ubuntu/Linux, atualmente estou usando o Ubuntu, porém ainda tenho o windows em dual-boot, para algumas tarefas, mas quase não vou mais no windows, faço questão de não ir lá, gosto do Ubuntu!
Viva ao software livre! 800 reais por um OS que vende que nem água é alimentar um monopólio capitalista feroz, disso eu tô fora!