Lembro-me que meu primeiro contato com o Linux foi quando o Windows 95 havia sido recém lançado no Brasil. Na época era analista de sistemas e utilizava como plataforma de programação o sistema operacional Unix HP-UX. Não cheguei a instalar o Linux em minha máquina de produção, mas tive contato com ele através de um amigo metido a hacker. Como utilizava Unix no trabalho, não tive dificuldade em “operar” com o Linux, pois a linha de comando era praticamente a mesma. Na ocasião meu amigo utilizava a distribuição Red-Hat, hoje Fedora. Não me lembro se a interface gráfica utilizada era o KDE, mas sei que era inferior a utilizada no Windows, pois haviam poucos programas disponíveis, as configurações eram feitas praticamente todas em modo terminal. Ou seja, o acesso a esse sistema era limitado a nós, programadores e técnicos da área de informática.
Quase 10 anos após, no início de 2006, tive um segundo contato com o Linux. O que me fez pesquisar sobre Linux era que não queria mais utilizar software pirata. Estava decidido. Acho ridículo você ter que comprar um sistema operacional para utilizar num computador que você acabou de comprar, e o que é pior, um sistema operacional sem nada. Não basta apenas ter o Windows, é preciso ter o Office e outros tantos programas, que normalmente são pagos. Hoje gastamos mais com software do que com hardware. Isso me parece errado…
Em junho de 2006 conheci a recém lançada versão 6.06 LTS do Ubuntu. Fiz um download do LiveCD e surpresa! O sistema iniciou identificando praticamente todos os periféricos do meu computador! E o mais surpreendente, após a instalação, o sistema estava pronto para utilizar. Ou seja, não precisei nem comprar nem instalar um processador de textos, por exemplo, pois o OpenOffice foi instalado junto com o Linux.
Entretanto, que o realmente me chamou atenção foi a interface gráfica e o gerenciador de pacotes! Tinha em minha mente aquela versão de 95, ainda rústica e inacabada. Quando iniciei o computador pela primeira vez e vi o Gnome, fiquei frente a algo novo e deslumbrante. Uma interface limpa, simples, intuitiva, bonita. O gerenciador de pacotes me permitiu mudar de cultura. Não precisava mais ir a uma livraria e comprar o CD com o aplicativo. Agora, era só entrar no gerenciador de pacotes e selecionar o que eu queria, instalar, e pronto. O próprio sistema identifica quanda há atualizações e me avisa! Não só atualizações do SO, mas de qualquer aplicativo instalado. Quer coisa melhor que isso? Com apenas alguns cliques no mouse, consegui instalar o Skype e outros tantos aplicativos, como os players de áudio e vídeo, além daqueles que já estavam instalados e configurados por padrão.
O que me atrai no Ubuntu e no Linux, é a filosofia que mantém milhares de programadores, tradutores, desenvolvedores e usuários comprometidos com sua causa. O Ubuntu é a melhor prova de que é possível democratizar o acesso a internet e aos sistemas operacionais. Hoje, temos um sistema robusto, estável, atualizado e livre. Não utilizo nenhum aplicativo pirata em meu computador, e consigo fazer tudo o que fazia com o Windows. Acesso a internet, edito meus textos, crio meus sites, edito meus vídeos e minhas imagens, faço minhas planilhas de cálculos, visualizo as apresentações que meus amigos me enviam. Faço tudo!
Há quase dois anos utilizando Ubuntu, sinto a necessidade de contribuir com todas aquelas pessoas que me permitiram desfrutar de um sistema tão eficaz. Por isso, meu propósito para 2008 é colaborar nas traduções de aplicativos. Penso que é através de uma pequena contribuição que posso retribuir o bem recebido, e ajudar outras pessoas a também desfrutar da alegria que tenho desfrutado.
Era isso.
Tópico: Minha experiência com o Linux (Lida 3932 vezes)