Olás!
agora, porque td mundo reclama da microsoft (americana) que tem concorrencia pesada (coisas de graça) e não reclama por exemplo da telefonica que NÃO TEM CONCORRENCIA?
Eu, particularmente, reclamo dos dois (3, pq o governo dos EUA também está na minha lista negra), e só não falo da Telefônica aqui pq o fórum é de Ubuntu.
(brincadeirinha)
A citação foi do post do spitfire, mas o meu comentário é geral... Tem coisas legais nesse debate que valem a pena destacar, sim. Eu identifico aí o seguinte:
1 - Enquanto o pessoal que abraçou a divulgação do Linux e do Software Livre
"como causa" não parar com a mania da "trollagem" (ou "trasguice", tanto faz) e partirem com mais empenho e energia para iniciativas como estas em que o Ubuntu se faz de exemplo, não vai ter jeito de esclerecer (racionalmente e por argumentos sérios) a grande massa sobre os reais benefícios do modelo Livre;
2 - A ignorância (que não é ofensa alguma... ofensiva é a realidade da ignorância) parece ter uma causa bastante sutil e inusitada: a "invenção da necessidade" em detrimento da "avaliação da utilidade". Trata-se hoje de "inclusão digital" de muitas formas, mas no geral todas elas levam o público a crer no digital como indispensável "por si mesmo", e não por algum motivo especialmente importante. Se a meta é a digitalização pela digitalização, a gente só pode esperar por isso mesmo: ignorância, manipulação por interesses, etc...
3 - Para mim, tudo isso é um grande exemplo dos efeitos da
moral do espetáculo (valores efetivos são substituídos por aquilo que a mídia elege como importante), a qual tem por atributo dividir o espectador entre uma atração por aquilo que vê, ao mesmo tempo em que metade da sua percepção trabalha na busca de algum interesse não revelado, escuso e até ameaçador. Para se defender, o indivíduo simplesmente
copia, mimetiza comportamentos e hábitos de consumo que, no fim das contas irão justificar suas próprias escolhas morais (para quem não entendeu pq incluí este ítem, observe bem as políticas de marketing da Microsoft e comparem com os modelos das políticas - mundiais - governamentais de inclusão digital)...
4 - (de volta ao mundo real) Para acontecer "inclusão digital", é preciso que aconteça antes a
inclusão social. Está certo que a informática pode ser uma ferramenta de inclusão, mas ela não é sinônimo de se estar incluído. Dependendo do ponto de vista, o significado pode ser exatamente o oposto: mais *exclusão* social, e é exatamente o que esta iniciativa da MS+ML representa
ao se valer das idéias que a expressão "inclusão digital" suscitam ao consumidor, ao mesmo tempo em que omitem o fato de que o mesmo equipamento pode funcionar (com vantagens) com softwares pelos quais não se precisa sequer pagar. Seria mais honesto se a campanha fosse vinculada simplesmente como "promoção" ou "oportunidade de utilizar produtos da MS"... Acho que caberia aí um protesto por parte dos cabeças da inclusão digital, pois um projeto social está sendo claramente usurpado por um interesse (legítimo, mas usurpador e manipulador) comercial.
No momento, acho que esses são os pontos que merecem muito da nossa atenção, não apenas como amantes da liberdade, mas como indivíduos que se preocupam com a felicidade e o bem-estar de todos.
Abração!