Sim, acabo de migrar do Ubuntu 8.04.1 para o Kubuntu 8.04.1 com KDE 3.5.9 no Notebook.
Como isso aconteceu? Vou começar do início, e como um bom açougueiro, por partes!
Alguns meses atrás eu postei meu Depoimento sobre: Eu, o Hardy Heron e o Toshiba. Onde contei as aventuras da escolha do Notebook e instalação e uso do Ubuntu 8.04 no mesmo. Mas mantive o Ubuntu 7.10 no Desktop.
Pois bem, estava feliz da vida, mas como sou usuário “fuçador”, sempre procuro acompanhar, na medida do possível, outras distribuições, além claro das versões da família Ubuntu. Tenho outro sistema de testes que serve só para isso.
Tudo ia bem até que um dia eu consegui uma façanha digna do Homem das 1000 proezas! Estou falando o
Evil Knievel. Não que eu já seja um dino
, mas os mais jovens não devem se lembrar dele. Voltando ao assunto, estava eu em plena atualização do Vista (do Notebook), quando aperto o botão da hibernação e na seqüência retiro ele da tomada (o Note funcionava só na tomada, havia retirado a bateria).
Shazam! (Nessa eu sei que fui longe!)
O Vista foi para o Vinagre! Pau em cima de Pau, lentidão excessiva, uso intenso e constante do HD, foi isso o que sobrou do Vista. Só consegui salvar os dados importantes do Vista sem ter que recorrer a assitência técnica do Notebook, graças ao Ubuntu instalado em Dual Boot. Portanto confesso. Mea Culpa. Mea Culpa. Mea Máxima Culpa!
Com o Vista em estado terminal, tentei várias dicas que encontrei na Internet para tentar salvá-lo, mas não teve conserto. Tive que formatar o Notebook. E com isso, o Ubuntu foi para o espaço também. Portanto, fiz novas instalações zeradas dos dois sistemas Operacionais. A instalação do Vista demorou um século e 9 reinicializações, foram quase três horas e meia! Não estou exagerando, eu marquei as horas, tenho certeza que isso tem haver com o processo de instalação específico do Notebook, afinal é um instalador da Toshiba que toma conta de todo o processo. Ele deixa claro que você tem que usar o Notebook na tomada durante toda a instalação. Depois, mesmo com o Ubuntu instalado, não deixei o sistema totalmente configurado ao meu gosto. Resolvi experimentar outras distros e sair um pouco do Gnome, que vem sendo o meu Ambiente gráfico padrão nos últimos 4 anos.
Primeiro testei o
Mandriva One 2008.1 (Spring). O Live-CD do KDE do Mandriva 2008 que pode ser instalado no HD. Em resumo, o Mandriva só reforçou minha opinião sobre ele. Das grandes distribuições é a mais fácil de usar! Não possui os pacotes mais novos, é mais lento que o Ubuntu/Kubuntu e o SUSE com KDE 4, mas é estável e as coisas simplesmente funcionam. Vários codecs instalados por padrão, praticamente não precisei fazer nada para ouvir músicas e assistir vídeos. Centro de controle matador, só o YAST2 do SUSE para se comparar com ele. Mas nem tudo eram flores né. O Mandriva One vem com um Kernel que só reconhece até 1GB de RAM. Um usuário desatento passa essa batido. Você que deve procurar no gerenciador de pacotes dele o kernel mais indicado para você. Existem o Kernel Desktop e o Laptop, acredito que deve haver um para servidor também, mas não reparei nisso. Só depois de trocar o Kernel é que ele reconheceu todos os 2GB de RAM do Notebook e a velocidade ficou maior. Segundo descrição do pacote Kernel Laptop, ele possui módulos que ajudam a economizar mais energia do que o Kernel Desktop. Ele começa consumindo 160MB de RAM, mas com o uso o consumo de RAM aumenta bastante, pode bater nos 450MB fácil, portanto Ubuntu e SUSE não estão sozinhos como distros consumidoras de recursos do sistema. Lembrando que não desliguei serviço algum do sistema. Seus arquivos binários baixados da Internet são instalados com um clique, assim como no Ubuntu. Vários tutoriais na Internet de como deixar o sistema “azeitado”! Mas o que matou para mim no Mandriva foi repositório PLF. Sei lá se dei azar, mas ele era lento ao extremo. Pior, precisava dele para instalar vários pacotes proprietários. Foi um martírio. E não foi coisa de um dia só não! Fiquei mais de uma semana com o Mandriva e nada da velocidade do repositório melhorar. Quase toda as teclas especiais do Notebook foram reconhecidas, o recurso de suspender e hibernar também funcionou corretamente. Há sim, o Mandriva não inseri automaticamente outros sistemas operacionais no Grub, você deve adicioná-los manualmente, apontando a partição do mesmo dentro do instalador dele. Eu fiz uma "derma" nesse passo, o que me obrigou mais tarde a usar o terminal e recuperar a inicialização do Vista.
Depois testei o
OpenSUSE 11 com KDE 4. Fiz uma instalação do DVD do SUSE 11. Estava na maior expectativa para testar o SUSE 11 com KDE 4. No geral fiquei decepcionado, talvez por estar criando muita expectativa do que estava por vir. Muita coisa ficou mais fácil no SUSE 11 em relação as outras versões. Como por exemplo a montagem das partições do Windows. Ele já detecta e as inseri no fstab durante a instalação. Mas você só tem permissão de leitura por padrão. Como em outras vezes, o visual do SUSE é lindo. Sua qualidade de imagem em fotos é a melhor das grandes distros, e o som do Amarok no SUSE bate de longe em qualidade das outras distros. O motivo é que o Amarok do SUSE usa outro engine que não o xine, como na maioria das outras distros. Ele usa o Engine
“Yaupap”. Como acompanho a evolução dele também, me lembro bem quando lançaram esse novo engine como padrão do Amarok no SUSE 10.2, era imprestável. No SUSE 10.3 ele já era usável, mas travava muito. Agora na versão 11 parece ter atingido a maturidade. Foi o único player que se comparou na qualidade de som ao Windows Vista no Note. A velocidade de instalação de pacotes melhorou muito também. Nem se compara às versões anteriores do SUSE. Não testei o Yelp. Fiquei só no YAST2. Mesmo assim, é impossível deixar o SUSE sozinho para fazer uma mega atualização, mesmo com todas as chaves de registro de segurança dos repositórios baixados. Qualquer erro durante o download, ele para o processo de instalação e não continua até você responder ao assistente. Assim como o Ubuntu, seus binários são instalados com um clique. Contudo, devo confessar que por motivos óbvios de ser acostumado a usar o método Debian (apt-get), senti falta de vários pacotes que instalava no Ubuntu, eles simplesmente não existiam nos repositórios dele.
Além disso, alguns aplicativos ainda não funcionam direito no KDE 4, mesmo tendo feito a mega atualização para o KDE 4.1 lançado no dia 29 de Julho. Alguns exemplos disso são o ARK ( o equivalente ao WinRAR/WinZip do KDE), o Xine (não abre arquivos .avi) e o VLC (apresentando muitos erros nas legendas). Uma coisa digna de nota, o KDE 4 é rápido, muito rápido mesmo! Bota no chinelo o Gnome em matéria de velocidade, e olha que usei ele no SUSE, uma distro já bastante conhecida pelo alto consumo de recursos da máquina. Alías, o SUSE continua consumidor de recursos do sistema, mas se você tiver um bom processador e mais de 512MB de RAM, não haverá problema algum. Só achei ruim mesmo o fato dele ser gastão da bateria do Note.
O KpowerManager dele acusava as maiores médias de consumo em relação as outras quatro distros testadas no Note (Ubuntu e Kubuntu 8.04.1, Mandriva 2008.1 e SUSE 11). Notei na prática mesmo a menor autonomia com o SUSE 11 com KDE 4. Não sei se por culpa do KDE 4, o SUSE 11 foi o pior no reconhecimento das teclas especiais do Notebook, nem mesmo o botão do volume do Notebook funcionou! Apesar disso, o suspender e hibernar funcionaram direitinho.
Uma coisa legal de se testar várias distros é que você acaba aprendendo muito como os mesmos recursos podem ser bem ou mal explorados pela distribuição, além de aprender o que falta para uma determinada aplicação funcionar corretamente na sua distribuição de escolha. Tudo isso, claro, se você for um usuário “fuçador”.
Um exemplo disso é o KnetworkManager!
No Mandriva 2008.1 o KnetworkManager por padrão só pergunta a sua senha uma vez e nos próximas vezes ao detectar a sua rede sem fio ou com fio, ele já se conecta automaticamente.
No Kubuntu 8.04.1 ele detecta a conexão mas não conecta até eu redigitar a senha. E no SUSE 11 é preciso clicar no ícone do KnetworkManager e escolher qual conexão utilizar, ele não pede a senha novamente. Isso tudo em seus modos padrões de funcionamento. Não procurei alterar nada dessas configurações.
No frigir dos ovos, ficou claro para mim que poderia virar um feliz usuário do Mandriva ou do SUSE, afinal nenhuma distribuição é perfeita, e com alguma pesquisa acredito que teria encontrado como fazer os ajustes finais que gostaria no sistema. Não mudo por questão de gosto pessoal mesmo, me sinto “em casa” em distribuições baseadas no Debian!
Quanto ao motivo da minha migração para o Kubuntu. O Kubuntu está mais estável com KDE 3.5.9 do que o Ubuntu com Gnome 2.22. Sua renderização das fontes está mais bonita. Está consumindo menos recursos do sistema e é mais rápido que o Ubuntu. Finalmente o KDE tem um verdadeiro navegador/gerenciador de arquivos, o Dolphin. Esse era o principal motivo de não migrar para o KDE, detestava ter que usar o Konqueror para isso. E já estou procurando me acostumar para migrar inclusive o Desktop (que por enquanto continurá com Ubuntu, mas já atualizei tudo para o Ubuntu 8.04.1) para o Kubuntu com KDE 4 na vesão 8.10!
O KDE 4 é verdadeiramente uma grande mudança interna e externa do KDE. Li muita crítica infundada sobre ele. Ele sofre de problemas esperados para um ambiente recém nascido. Mas mesmo com problemas, na sua versão 4.1, já o considero muito superior ao seu irmão mais velho e ao Gnome. Não sei quando o pessoal do Gnome vai parar de fazer meras atualizações em conjunto com novas aplicações a cada novo lançamento e realmente realizar mudanças profundas em suas bibliotecas e na maneira de gerir o Gnome. Como disse, sou usuário do Gnome há 4 anos, faço uso dele como meu ambiente gráfico principal por todo esse tempo, e fico triste em ver que ele não só ficou para trás, como só vejo essa distância aumentar em relação ao KDE e sem perspectiva disso mudar a curto prazo. Não sou “fã Boy” de uma determinada Distro ou ambiente gráfico. Acho que todos os que acompanham minhas análises e depoimentos já perceberam isso, portanto não estou fazendo um ataque ao Gnome para enaltecer o KDE, estou sendo realista. O KDE melhorou tanto para mim que estou deixando de usar meu ambiente gráfico preferido para usar outro. Só isso. A única coisa que o Gnome ainda está na frente do KDE é na customização da área de trabalho. Mas do jeito que vão as coisas, não sei por quanto tempo!
Acho que dessa vez me superei! Um texto de 3 páginas!
Se você chegou até aqui, muito obrigado por sua atenção!
Inté!