Em julho de 2006, salvo engano em relação ao mês, estive no RJ a trabalho e sempre que viajo assisto os programas locais de TV, mas um deles me prendeu a atenção. Era um debate em relação à implantação de cotas. Como estava no auge da discussão, eu esperava alguma coisa que jogasse minha opinião para um dos lados da moeda, ainda mais pelo RJ ter uma das comunidades negras mais fortes, organizadas e inseridas na mídia do país.
Pois uma das falas realmente me convenceu, foi algo como "é possível esperar igualdade pregando a diferença? A proposta de cotas como está, apenas pela cor da pele, fará as pessoas pensarem que isso é um diferencial, 'é assumir que o negro é diferente do branco'. Se a comunidade negra está inserida na sua maioria entre os mais pobres do país, eles serão beneficiados de qualquer maneira por uma cota para os que estão em condições desfavoráveis apenas pela sua classe social."
Depois disso, fiquei muito tranquilo para sustentar essa linha de pensamento, pois entendo que realmente seja a mais justa.
Eram líderes ou representantes de duas comunidades negras cariocas e o debate foi em sua maioria muito acalorado, parecia que a diferença de idéias era muito mais do que isso. Mas um dos lados me convenceu.