Achei interessante as observações a respeito de usar o Ubuntu e "não oferecer nada em troca". Para mim, o simples fato de aumentar o universo daqueles que utilizam a distro já é uma grande contribuição ao projeto original. Veja o caso da Guadalinex, a distro espanhola que utiliza o Ubuntu como base. Trata-se de um projeto desenvolvido pelo governo da Comunidade Autônoma da Andaluzia para a difusão do Linux nas escolas, telecentros e outras repartições públicas. A simples escolha do Ubuntu como base de um projeto como este - que requer um sistema estável e seguro - já infunde uma enorme carga de prestígio a nossa distro favorita.
No entanto, a Guadalinex introduziu uma série de inovações interessantes, inclusive um instalador rápido que tem tudo a ver com o Espresso do Dapper. Lembrem-se que, tal como o Flight, a Guadalinex é também um Live CD.
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Alguém perguntou o que o Morimoto poderia oferecer a Ubuntu em troca de sua adesão aos repositórios da distro. E fez ironia, recorrendo aos ícones mágicos. De fato, os ícones mágicos seriam muito pouco úteis no Ubuntu, especialmente diante do nova ferramenta de Adicionar Programas do Gnome. Mas há no Kurumim uma série de scripts de configuração que poderiam ser muito úteis ao usuário iniciante, especialmente no KDE, que não é tão simples de usar quanto o Gnome, mesmo sendo mais parecido com o Windows.
Ademais, há uma traço comum no Kurumin e na Mepis que torna sua parceria muito útil para a Canonical. Como o foco de ambas está no KDE, elas poderiam oferecer muitas contribuições ao "primo pobre do Ubuntu", que é o projeto Kubuntu. Ao que parece, este último não anda muito bem das pernas, já que a prioridade indiscutível da Canonical é o ambiente Gnome. Deixar a projetos sólidos, como Mepis e Kurumin, o peso de desenvolver e manter o KDE seria uma boa solução para o Ubuntu. Afinal, nenhuma distribuição conseguiu até hoje manter os dois desktops gigantes no mesmo nível de qualidade. Dividindo o trabalho, o Ubuntu talvez conseguisse este prodígio.
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Com relação ao Debian, eu só ousaria emitir um prognóstico a respeito do futuro desta distro depois de lançada a nova versão estável, o Etch. Se o prazo de lançamento for respeitado e esta versão for relativamente atualizada, o Debian estará alcançando uma vitória capaz de devolver boa parte do prestígio perdido com o fiasco do Sarge. E quem der uma olhadinha no repositório Etch verá que a nova versão tem tudo para ser bastante atualizada, rompendo assim com a tradição Debian de versões estáveis muito ultrapassadas.
Para mim, o Debian tem tudo para lançar anualmente uma versão tão atual e estável quanto as da Suse ou Fedora Core. Uma comunidade daquelas não deveria nunca ser subestimada. Aliás, até hoje, apesar de todas as suas inovações, o Ubuntu é certamente mais de 90% Debian. Tanto assim, que eu me considero ainda um usuário do Debian, muito satisfeito por sinal.