Ponderadas e acertadas as considerações de Piras e Ceti.
Não apenas por profissão (sou editor, revisor, escritor; enfim, um "fazedor" de livros), mas pelo amor à língua, há coisas que não consigo entender nem aceitar. Como já disse alguém, concordo em que haja um ambiente em que se fale "internetês", para ganhar tempo, para falar com trocentas pessoas ao mesmo tempo. Mas isso não explica uma série de coisas. Por exemplo:
1. "Amigo" é menor que "miguxo";
2. Desde quando "isso" se pronuncia "ixo"?
3. A desculpa da acentuação é ridícula! se você falar em inglês com um americano, não precisa acentos; se vai falar com um brasileiro, então, não use acento: escreva "nao", que é menor que "naum".
3.a. Por falar nessa abominação (os orkuteiros da vida teriam de escrever "abominassaum", se é que conhecem essa palavra :wink: ), fico imaginando um desses falando de seu irmão Naum: "meu irmaum naum naum gosta de mamaum nem de lava a maum". Os alfabetizados pelo meceneca jamais entenderiam que o sujeito tem um irmão de nome Naum; apenas pensariam que ele repetiu o "não"
4. Se "kra" é "cara", então, Krakatoa é "caracatoa" e Kremlin é "caramelin".
5. Junto com o excesso de abreviação, há uma linguagem mista de débil mental com infantilóide permanente: é um tal de "amodolo", "miguxo", "momô" e outras nojeiras...
6. O uso de muletas, como "tipo". Eu ouvi no metrô algo mais ou menos assim: "Eu saí tipo quinta-feira com uns amigos. Daí, a gente tipo foi num bar, e tipo tomamo umas cerva. E aí, tipo a gente saiu dali..." :shock:
Isso não quer dizer absolutamente nada! Para que esse monte de "tipo"? Por que não falar de forma direta?
A excelente revista Língua Portuguesa trouxe uma boa matéria sobre o assunto, faltosa, porém, em meu entendimento, de considerar a influência dessa linguagem fora do ambiente internáutico. Os usuários dessa linguagem brucutu, de modo geral, não gostam de ler (é só ler suas confissões orkuteiras), só lêem outros que escrevem desse modo e se expressam oralmente de modo similar. Que esperar de um texto produzido por uma criatura dessas? Não é difícil observar, por exemplo:
1. A confusão entre a terminação am e ão dos verbos. É um tal de "cansão", "comprão", "vejão" que dói n'alma.
2. A confusão entre esta e está e entre estar e está.
3. A inabilidade no uso de ç, ss, sc e xc.
4. A abolição de pontuação. Há mensagens aqui no fórum que não respondo por não ter, absolutamente, entendido o que o cara quis perguntar, se é que perguntou alguma coisa. Para mim, se não tem interrogação no final da frase não é pergunta, mas é afirmação. Então, não tenho o que dizer.
Para começar, é isso. Este é um assunto vasto e, como outros, capaz de gerar discussões acaloradas. Espero que não ocorra aqui. Temperemos tudo com bom humor! :lol: