Segunda-feira, 12 setembro de 2005 - 11:19
IDG Now!
A Microsoft tentou e fracassou ao buscar um contrato de trabalho com o guru e advogado do software livre Eric Raymond, segundo ele mesmo em um post no seu blog.
Na quinta-feira (08/09), disse Raymond, um e-mail de um headhunter da Microsoft perguntando se estava interessado em discutir um emprego com a companhia chegou à sua caixa de entrada.
O guru do "open-source" pareceu não ter se impressionado. "Pensei que essa era uma proposta absurdamente ridícula, que merecia uma resposta também ridícula", escreveu ele no blog, logo após ter publicado todas as correspondências na íntegra.
Foi então que Raymond ofereceu: "O que vocês fariam com o resto de suas tardes, oferecer empregos a Richard Stallman e Linus Torvalds? Ou procurariam algo mais fácil, como convidar o Papa Bento para presidir uma orgia satanista?", respondeu ele.
"Na verdade, desde 1997 que estive bem perto de ser o pior pesadelo de sua companhia", continua o guru.
Torvalds não foi procurado pela Microsoft, mas criticou a atitude de Raymond por acreditar que o episódio desencoraja o diálogo entre a companhia e a comunidade de código aberto.
"Este provavelmente foi um equívoco de um headhunter que não sabia quem Raymond era. Isso só complica mais a aproximação entre os dois lados, já que ambos começarão a se preocupar com a humilhação pública", opinou Torvalds.
Na realidade, a Microsoft teve certo sucesso em contratar profissionais vindos da comunidade Linux. Neste ano, a gigante do software empregou Daniel Robbins, fundador da distribuição Gentoo Linux. Já em 2003 foi vez de Bill Hilf, ex-executivo da IBM com certo interesse em código aberto, que agora comanda o laboratório Linux da Microsoft.
Raymond já chegou inclusive a conversar com os principais executivos da Microsoft sobre software livre - um termo que originalmente ele próprio ajudou a cunhar.
Isso foi em 1998 e, segundo o guru, pouca interação entre ele e a companhia foi alcançada depois - possivelmente por causa de um fato ainda não digerido pela Microsoft, quando Raymond divulgou alguns memorandos internos, chamados de "Halloween Documents", em que a Microsoft revelava sua campanha contra o Linux e o software de código aberto.
A Microsoft, por sua vez, não quis comentar esse ou qualquer outro assunto relacionado.
Robert McMillan - IDG News Service, Reino Unido