Sou usuário de computadores desde o início dos anos 90, mas apenas tive contato com o mundo Linux à cerca de dois ou três anos.
Neste tempo fiz questão de testar todas as distros de que tive notícia.
Após um período de adaptação e muito, muito aprendizado, acabei optando pelo Ubuntu, especificamente o Ultimate Edition.
Linux, e mais intimamente o Ubuntu, é fácil de usar e configurar, chega a ser divertido. O método de adicionar programas é simples e seguro, existem temas e efeitos visuais de encher os olhos. Temos foruns e pessoas que estão dispostas a ajudar. A documentação é farta e fácil de entender.
Sabemos que não existe Sistema Operacional perfeito, sempre surgirão problemas para serem solucionados, e aí, também, está a graça da coisa. No sistema “fechado”, apenas podemos esperar que alguem em algum lugar desconhecido resolva o caso. No Sistema Livre, qualquer que seja, temos a oportunidade de procurar a solução dos nossos problemas, podemos pedir ajuda em vários lugares, e sei que sempre conseguimos. Isto requer algum aprendizado, um pouco de experiência e pode ser cansativo no início, mas dá uma enorme sensação de prazer saber que se é capaz de fazer alguma coisa funcionar ao nosso gosto, do nosso jeito. E isso é Linux!
Agora falando de Linux para usuários comuns, pessoas que não tem o menor interesse em saber o que são gigabytes, teraflops, frames por segundo, kernell ou qualquer outro termo técnico que os entusiastas usam sem o menor pudor, aquele público, que usa computadores para ler email, conversar com amigos, saber das últimas notícias, jogar paciência.
Aqui chegamos ao ponto onde as coisas se complicam para o Linux. Do ponto de vista de um leigo em informática, e um pouco ajudado pela propaganda negativa, o sistema do pinguim parece difícil, tem muita coisa para aprender, precisa de adaptação.
A mudança de Sistema Operacional requer mudança de mentalidade.
Linux é sim diferente do sistema das janelas.
A quantidade enorme de distribuições, algumas produzidas de forma muito amadora, outras voltadas aos experts, acabam deixando confuso quem quer se aventurar no maravilhoso mundo do software livre. E esta confusão pode ser de tal modo desagradável que chega a afugentar muitos dos candidatos a usuário.
Outro problema para os novatos (problema que vem diminuindo rapidamente) são os usuários ciumentos do Linux, aqueles que fazem qualquer usuário iniciante se sentir o menos capacitado do mundo, com insinuações que desencorajam o aprofundamento ou a simples manifestação de suas opiniões. As pessoas se sentem de tal modo intimidadas que se retiram do mundo Linux sem se despedir.
Temos ainda que mencionar os “computadores de supermercado”, que vem com Sistema Operacional Livre instalado, mas que não trazem suporte. Tente se colocar em frente do painel de instrumentos de um caça da Força Aérea, você sabe que aquilo pode voar. Mas como conseguir a façanha sem alguem que mostre como tudo funciona?
De forma geral, podemos notar que as pessoas querem facilidade, ligar a máquina e usar, sem instalar ou configurar, sem ter que aprender ou adaptar-se.
Para vencer as barreiras impostas ao Linux, todos os que já utilizam e gostam do Sistema Linux, seja qual for a distro, devem ajudar aos que ainda estão do lado errado da “força”, a mudança de mentalidade deve ocorrer entre os usuários Linux. Chega de competição entre distribuições e demonstrações desnecessárias de profundo conhecimento técnico.
Pessoas comuns, que chegam para uma nova experiência, precisam se sentir entre iguais, precisam saber que podem contar com aquele amigo para solucionar sua dúvida.
Linux deveria ser o sistema mais usado no mundo, já que é gratuito, fácil e agradável. Mas há pessoas preferem usar versões “genéricas” daquele sistema pago.
E até onde posso perceber, os maiores culpados por esta situação somos nós, os iniciados em Linux.
Comecemos então uma campanha pró Linux, distribuindo para os amigos nossa distro favorita, mas sem forçar este amigo a usar esta distro unicamente. Vamos democratizar o Linux.
Podemos estimular os iniciantes dando suporte aos que começam, falando de Linux como quem fala de qualquer coisa rotineira, sem segredos e procurando mostrar as vantagens do Pinguim.
Já faço o que sugeri acima faz algum tempo e sei que qualquer tecnofóbico consegue utilizar Linux.
A maioria precisa apenas de um pequeno estímulo, e em menos de um mês já domina os comandos básicos do temível terminal. Em pouco tempo temos alguem que sequer sabia ligar um computador, usando termos como “sudo apt-get” em seu vocabulário cotidiano.
Temos o poder de fazer as pessoas olharem além das “janelas”!